É uma técnica simples, que apenas requer um trabalho de conjunto e dinamismo, por parte do rei e da dama atacantes, para restringir o rei adversário. Nunca se deve desprezar a chamada “jogada de espera”. Entretanto, há que limitar as filas de alcance do rei atacado (não sei como se faz, mas já vi que resulta noutros tabuleiros).
Para viabilizar (o que eu gosto deste termo!) a execução deste mate, o Rei precisa de apoiar a dama - tanto para forçar o movimento do Rei adversário para as bordas do tabuleiro, quanto para efectuar o mate.
Para que a dama tenha poder estratégico, deve estar colocada em L ou posição de cavalo com o rei adversário.
Quando o Rei estiver sem saída é só gritar bem alto "XEQUE-MATE!". Se disserem "vai-te embora antes que o cheque te mate", não vale. Não queremos cheques sem cobertura.
Alguns peões, que neste jogo nunca podem retroceder, estão agora nos bastidores, com cara de parvos, porque nunca aprenderam jogos estratégicos - só se lembram do anelzinho e do jogo do ringue nas avenidas, idas, de restritas liberdades, quando ainda se cantava Ó-ai-ó-linda e não havia carros nem buzinas. Pensavam que era um jogo a brincar e estão quase a dar-se conta de que vai ser tudo a sério depois do torneio.
E há também peões a dar de frosques porque não querem ser obrigados a PEC(ar) sem fazer batotice, coisa a que seriam obrigados em caso de empate.
Esta redacção não foi escrita ao abrigo do novo Acordo Ortográfico, mas deu-me um grande gozo, porque aprendi imenso sobre a técnica de copipeiste.
imagem: Final de Partida, obra de Andrea Conde (Buenos Aires)
1 comentário:
Quando a ficção se torna realidade
apetece amar melhor as palavras
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