1. Depois de um julgamento, depois de ouvidas as testemunhas e depois de examinadas as provas, um colectivo de juízes deu seis arguidos como culpados e conferiu o estatuto de vítimas às anteriormente alegadas "crianças mentirosas".
2. O julgamento arrastou-se ao longo de seis anos, o que trouxe um inegável acréscimo de sofrimento às vítimas e propiciou, aos acusados, uma exposição mediática pouco adequada a um julgamento correcto por parte da opinião pública. Essa mediatização excessiva levou à profusão de opiniões baseadas, muitas vezes, numa crença sobre a culpabilidade ou inocência dos arguidos.
3. Dada a dimensão pública que o caso atingiu, o anúncio das sentenças deveria ter tido uma fundamentação adequada relativamente às provas das acusações que originaram as penas aplicadas.
4. Hoje, em Portugal, todos os criminosos com meios económicos podem deixar de cumprir pena. Basta uma utilização “adequada” dos poderes suspensivos dos recursos.
5. Há suspeitas de que continua a haver crianças abusadas na Casa Pia, o que quer dizer: há mais vítimas e mais abusadores.
Espero sinceramente que a publicitação da sentença esclareça, em definitivo, as legítimas dúvidas de quem quer acreditar no exercício da justiça.
1 comentário:
Muito bem dito! Apreciei, sinceramente, a clareza das conclusões a tirar, até esta data.
Um beijinho grande, C. :)
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