30 janeiro 2011

Uma canção, uma geração e a mudança que aí vem...



Sou da geração sem remuneração
e não me incomoda esta condição.
Que parva que eu sou!
Porque isto está mal e vai continuar,
já é uma sorte eu poder estagiar.
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.


Sou da geração ‘casinha dos pais’,
se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou
Filhos, maridos, estou sempre a adiar
e ainda me falta o carro pagar
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.


Sou da geração ‘vou queixar-me pra quê?’
Há alguém bem pior do que eu na TV.
Que parva que eu sou!
Sou da geração ‘eu já não posso mais!’
que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.

4 comentários:

Keila Costa disse...

Essa 'parvidez' estupidez...esse medo atroz, esses confortos parvos...sobras...uma geração de sobras...

clara disse...

Foi um grande momento, o Coliseu de pé com uma canção que nunca tinha ouvido.

Mar Arável disse...

Oremos

C. disse...

Parva foi a geração que os pôs nesse estado, cuidando que lhes oferecia o céu.

É de assinalar a lucidez dos Deolinda (e de outros que vão surgindo), embora só consigam do público um pequeno "frisson" inconsequente.