Autoridade é do que é autor.
Só a autoridade confere autoridade.
A autoridade não é quantidade.
Todo o homem é teatro de uma inexpugnável autoridade.
Aquele que julga ser possível autorizar ou desautorizar a autoridade de outrem não sabe no que se mete.
Liberdade.
A liberdade conhece-se pelo seu fulgor.
Quatro homens livres não são mais liberdade do que um só.
Mas são mais reverbero no mesmo fulgor.
Trocar a liberdade em liberdades é a moda corrente do libertino.
Pode prender-se um homem e pô-lo a pão e água.
Pode tirar-se-lhe o pão e não se lhe dar a água.
Pode-se pô-lo a morrer, pendurado no ar, ou à dentada, com cães.
Mas é impossível tirar-lhe seja que parte for da liberdade que ele é.
Ser-se livre é possuir-se a capacidade de lutar contra o que nos oprime.
Quanto mais perseguido mais perigoso.
Quanto mais livre mais capaz.
Do cadáver dum homem que morre livre pode sair acentuado mau cheiro – nunca será um escravo.
Autoridade e Liberdade são uma e a mesma coisa.
Só a autoridade confere autoridade.
A autoridade não é quantidade.
Todo o homem é teatro de uma inexpugnável autoridade.
Aquele que julga ser possível autorizar ou desautorizar a autoridade de outrem não sabe no que se mete.
Liberdade.
A liberdade conhece-se pelo seu fulgor.
Quatro homens livres não são mais liberdade do que um só.
Mas são mais reverbero no mesmo fulgor.
Trocar a liberdade em liberdades é a moda corrente do libertino.
Pode prender-se um homem e pô-lo a pão e água.
Pode tirar-se-lhe o pão e não se lhe dar a água.
Pode-se pô-lo a morrer, pendurado no ar, ou à dentada, com cães.
Mas é impossível tirar-lhe seja que parte for da liberdade que ele é.
Ser-se livre é possuir-se a capacidade de lutar contra o que nos oprime.
Quanto mais perseguido mais perigoso.
Quanto mais livre mais capaz.
Do cadáver dum homem que morre livre pode sair acentuado mau cheiro – nunca será um escravo.
Autoridade e Liberdade são uma e a mesma coisa.
Mário Cesariny
Pintura: Mark Rothko
4 comentários:
Grande Cesariny (e belo o trabalho de Rothko): o que temos cada vez mais no poder são homens menos livres e, por isso mesmo, menos capazes!
...e menos cultos, por isso mais intolerantes; menos inteligentes, por isso mais temerosos; menos éticos, por isso mais prepotentes; menos sonhadores, por isso mais oportunistas...
:):)
Este poema é absolutamente soberbo, Paulo!
Felicito-o pela belíssima escolha, oportuna e penetrante.
Grande Cesariny!
Um abraço :)
Ana Paula, completamente de acordo. Obrigado :):)
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