Acabei de ver o seu programa "Sinais de Fogo".
A primeira parte, constituída por duas reportagens e posteriores e avisados comentários, pareceu-me interessante, bem trabalhada, certeira e digna de um jornalismo moderno e inteligente.
Na segunda parte, propunha-se entrevistar o inspector Gonçalo Amaral, o autor do livro apreendido,"A verdade da Mentira".
Não tenho nenhuma simpatia especial pelo inspector, não o conheço. Não sei se a menina inglesa morreu ou foi raptada, não sei quem mente ou fala verdade, não sei.
E fiquei sem saber, não percebi nada, rigorosamente, das respostas que ele, o inspector, quis dar e não deu. Porquê? Porque o jornalista, você, pura e simplesmente não deixou falar o entrevistado.
Nunca vi nada assim . Vi parecido. Como é que se faz televisão deste modo? Como se chama alguém a um estúdio e não se permite a essa pessoa que se defenda, se expresse, contraponha?
Sinceramente, gostava que me explicasse. É essa a noção que tem de liberdade?
É só isso, lamento.
Gostei do seu livro "No Teu Deserto". Apreciei a sua sensibilidade e escrita no feminino, a visão do mundo, dos sentimentos, da mulher, do homem.
Nada disso condiz com o jornalista que hoje, em" Sinais De Fogo", com um só tiro, trucidou o seu convidado.
9 comentários:
Olá Boa Noite,
Partilho em absoluto do que escreveu. Estive a ver e irritou-me a entrevista, MST não só não deixou falar, como esteve constantemente a impôr a ideia que Gonçalo Amaral disse que os pais mataram a criança.
Relativamente ao Miguel há coisas em que concordo com ele e outras que não...
Bjs,
Manuela
Clarinha
Nós por aqui também nem queriamos acreditar no que estavamos a ver.
Não vale a pena convidar um entrevistado para ouvir apenas a opinião do estrevistador.Na outra que fez foi outro MST,concordando até o tempo todo.
bjs. B.e Zé
Tens toda a razão, Clarinha.
Detesto a simples ideia da publicação de uma qualquer "Verdade da Mentira". Mas um jornalista não pode impor a sua verdade a alguém que convida e recebe no seu programa.
Abraços
João
A moeda tem sempre duas faces : numa,
a delinquência investigatória ; noutra, a Anestesia Social com a consequente Obesidade Mental !!!
Quem é que não se irritou...!
Mal imitado, lembrou a Moura Guedes a meter a conversa dela na boca dos outros(...)
Como me lembro da atitude de seu pai - o "Tareco" - o Dr. Sousa Tavares que... numa circunstância semelhante, após avisar a imitação de entrevistador, em directo, deixou-o no estúdio a falar sozinho...!
Foi uma bronca muito saborosa!
O doutor era um bocado 'peregrino' em ideias [mudou de cor várias vezes] mas adorei, por ter 'dado c/os pés' no pseudo-jornalista que lhe queria meter as palavras na boca e não o deixava expressar-se!
Trabalhei com o "Tareco", e não me cansei de elogiar o seu corajoso e vertical gesto!
Não..., ele não desdenhou do jornalista... não senhor!
Deu..., foi tampa num papagaio de estrumeira!!
Se o Miguel se puser a jeito, poderá sair-lhe na rifa alguém da têmpera do falecido pai!
Cumpts.
César Ramos
Pois foi, Manuela,Branca, a arrogância com os mais fracos. João, sabes o que dizes.Sr.Anónimo,não sei quem é, mas fez uma síntese perfeita.
César, como sempre, atento. Também me lembro desse episódio do pai do Miguel. Julgo que ele, se nos ler, vai reconsiderar. É engraçado, ele tem muito de mãe, quando escreve é sensível. Mas quando quer ser como o pai, perde. Abraço.
Miguel Sousa Tavares... Não foi o tal que andou por aí a dizer que os professores eram um bando de inúteis?!??!Não admira que a sua entrevista seja tudo isso, e mais alguma coisa. Aliás, duvido que este senhor saiba o que é ter respeito pelo seu semelhante.Mas enfim, quem dá tachos a gente assim, arrisca-se a surpresas desagradáveis.
Por princípio, o nosso blogue não apoia comentários anónimos. Por vezes, há pessoas que começam a escrever com anonimato, mas porque não possuem conta no google. No entanto, têm a delicadeza de assinar no fim.
É um pedido e uma ordem. Claro, podem dizer, mas há nomes que são pseudónimos. Talvez, reconheço, mas sempre é um nome e corresponde a uma escolha.
Por favor, anónimos-anónimos, não. É deselegante, sobretudo se for para não dar a cara, é uma burka psicológica.
Categoria mesmo é fazer reparos a alguém com o nome todinho.
Julgo que os meus companheiros estão de acordo comigo.
Et pour cause, eu chamo-me :
Clara da Maia Sacramento.
Não vi o programa do Miguel Sousa Tavares, pelo que não posso emitir opinião sobre a entrevista em causa. Permito-me contudo expressar a minha opinião sobre a pessoa pública de Miguel Sousa Tavares.
Considero-o ser um fascinante escritor. As obras que lhe li, prenderam-me e rendo-me às suas qualidades de romancista e ao trabalho de investigação histórica subjacente às obras. Quanto à sua 'personagem' de comentador/jornalista... puramente ignoro. Recuso-me a ouvir quem, com a mais inquestionável arrogância, se julga conhecedor de todas as artes e ofícios, e estar acima de todo e qualquer que as exerce. O Miguel Sousa Tavares sabe mais do que os professores, os pilotos de aviação, os investigadores e todos os que se atravessem à sua frente como objecto de comentário. Para mim, quem usa a presunção como ferramenta de trabalho ficará ignorado no esquecimento. É um direito a que me reservo enquanto ouvinte e/ou leitor.
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