"Abrir um livro é correr o risco de encontrar o infinito.
Ter ao alcance da mão, nos limites da página, o sem-limites.
E que de outro modo poderíamos nós encontrar o infinito senão no finito?
Mensurável, palpável, visível. Nesse espaço aberto e branco da página,
nas suas dobras, pode surgir o sem princípio, nem fim, nem centro: o Livro infinito.
Liberdade de leitura que é também desorientação: perdem-se as certezas e as referências habituais; os caminhos e os sentidos bifurcam-se; a noite cerca-nos.
Uma espécie de cegueira: o livro abre uma obscuridade essencial.
A dos novos começos."
Tarefas Infinitas, Quando a Arte e o Livro se Ilimitam
(Fundação Calouste Gulbenkian,o livro como lugar de uma expressão estética única).
Imagem: "Les Illuminations", Sonia Delaunay,1885-1979; Arthur Rimbaud, 1874-1891
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