Em Montemor bebi
E com um lenço na
mão
Brandamente escondi
A morte
Eram muitos
os meus amigos
Presentes
Mas só eu
vi a árvore de forca
À beira da estrada
Só eu vi
o gavião dobrar asas
No céu indiferente a quem passava
Só eu vi e pela morte passei
Bebi com os
meus amigos
E com lenço cru
escondi
A morte em Montemor
Quis sozinho esperar por um outono
Só meu
Sem beber
em Montemor
Devassado pelo grito
Da árvore
de forca
À beira da estrada
Em Montemor não beberei
Nem verei a árvore
da forca
Onde achei
o vagabundo
O errante
sem luto
Morto às expensas da lei
2 comentários:
Um poema que me impressionou! Obsessivo. Com alguns versos lindos.
Gostei.
o falcão
Triste. Muito bonito.
maria manuel
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