O japonês Tsutomu Yamaguchi, a única pessoa a sobreviver às explosões atómicas de Hiroshima e de Nagasaki, em Agosto de 1945, morreu recentemente de um cancro, aos 93 anos de idade. Yamaguchi, única vítima dos dois bombardeios oficialmente reconhecida, faleceu em Nagasaki, sudoeste do Japão. "Perdemos uma testemunha das mais importantes desta história", declarou em comunicado o prefeito de Nagasaki, Tomihisa Taue. Yamaguchi, engenheiro de profissão, residente em Nagasaki, estava a trabalhar em Hiroshima, oeste do Japão, no dia 6 de Agosto de 1945, quando a aviação americana lançou a primeira bomba atómica da história. No momento da explosão, Yamaguchi caminhava a dois quilómetros do chamado ponto zero, a zona terrestre localizada na linha vertical da explosão, dado que a bomba explodiu sobre a cidade sem tocar no solo. Yamaguchi sofreu queimaduras graves nos braços, mas dois dias depois, conseguiu regressar a Nagasaki. No dia 9 de Agosto de 1945, Yamaguchi estava no escritório a contar aos seus colegas o horror de Hiroshima ,quando explodiu a segunda bomba atómica lançada pelos americanos. "Acreditei que o cogumelo atómico me tinha seguido até aqui", recordou mais tarde Yamaguchi, que estava a três quilómetros do epicentro da explosão. As bombas atómicas de Hiroshima e Nagasaki causaram 140.000 e 75.000 mortos ,respectivamente, seja no acto, por causa do calor ou da onda expansiva, seja nos meses seguintes devido a radiações. Yamaguchi começou a contar sua história em 2005, depois da morte por cancro de seu segundo filho, também sobrevivente de Nagasaki. Em 22 de Dezembro passado, Yamaguchi tinha recebido a visita do cineasta James Cameron, o director de "Titanic" e "Avatar", que pretende fazer um filme sobre as duas bombas atómicas. "Missão cumprida", declarou Yamaguchi ao despedir-se, então, de Cameron, recordou a sua família.
2 comentários:
Tendo-se perdido uma testemunha ocular das americanices atómicas, não vai o processo ser arquivado por falta de provas e de testemunhos!
O Mundo é Júri neste processo e, muito embora queiram apagar as cinzas dos cogumelos incendiários,as memórias do passado, presente e do futuro, jamais irão entrar num processo amnésico!
Temos as vítimas que reclamam dos padecimentos sofridos e herdados com aquela enormidade...
O Cinema, mais uma vez bom samaritano, lá rodeia o assunto, tentando dividir este átomo para multiplicar outra coisa qualquer(...)
Cumpts.
César Ramos
Muito interessante a sua análise. Este foi um dos maiores crimes da Humanidade e esperemos que não se repita com outros cenários e outros actores.
Se o Mundo não se livrar destas armas, mais dia menos dia poderemos voltar a ver este horror.
Já nos bastam as catástrofes ambientais, já nos chegam as guerras e violências.
Um abraço.
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