Pensávamos já ter visto tudo no domínio da destruição da escola pública levada a cabo nos últimos anos pelas cliques instaladas no Ministério da Educação.
A competição a que as novas gerações vão estar sujeitas e que a globalização tornou quase planetária, obrigaria os responsáveis (se o fossem) à promoção de uma escola exigente, avaliadora do mérito e da competência, premiando o esforço, o trabalho e a dedicação dos estudantes.
A escola exigente será sempre um elemento formador de um jovem. A escola que aceita o laxismo, que desculpa e justifica a trapaça e o golpismo ... também.
Inventar agora uma forma para que os alunos reprovados, sim - reprovados, no oitavo ano de escolaridade, caso tenham mais de quinze anos, possam autopropor-se a concluir o nono ano sem que o tenham frequentado é um daqueles momentos em que a realidade consegue ultrapassar qualquer ficção.
São evidentes as desigualdades que esta medida vem instaurar - «Aos adolescentes que completarem o 8º ano com sucesso exige-se que transitem para o 9º ano e aos alunos que não obtiveram aproveitamento curricular ao longo do ano lectivo abre-se a possibilidade de, após fazerem as provas nacionais e de equivalência de frequência, saltarem uma etapa e passarem à frente dos outros colegas. "Isso significa que os que trabalharam pior são mais beneficiados dos que os que se esforçaram na avaliação contínua"»
São evidentes as desigualdades que esta medida vem instaurar - «Aos adolescentes que completarem o 8º ano com sucesso exige-se que transitem para o 9º ano e aos alunos que não obtiveram aproveitamento curricular ao longo do ano lectivo abre-se a possibilidade de, após fazerem as provas nacionais e de equivalência de frequência, saltarem uma etapa e passarem à frente dos outros colegas. "Isso significa que os que trabalharam pior são mais beneficiados dos que os que se esforçaram na avaliação contínua"»
Assim, não vamos, de facto, a lado nenhum. Mas somos os ases das "estatísticas de sucesso".
3 comentários:
As repercussões da política do «eduquês» também começam a fazer-se sentir no ensino superior. Já há alunos de mestrado a afirmarem a pés juntos que Nova Iorque é a capital do estado do Nevada; que ,quando convidados a estabelecer paralelo entre a história de «Avatar» e os «Native Americans», querem saber o que é isso de «Native Americans»; etc...
O lastro de conhecimento necessário para entender o mundo e raciocinar sobre ele desapareceu.
Agora é esta coisa absolutamente inacreditável de se ignorar que a maturidade do conhecimento necessita de tempo para a interiorização de conceitos e ideias, impossível de concretizar saltando etapas, já para não falar na injustiça relativamente aos alunos que se empenham e que não têm 15 anos...
Quando pensamos que é impossível fazer pior... Voilà!
Austeriana, o combate pela exigência está na primeira linha da defesa da escola pública. Há uma intenção deliberada de destruir a escola pública em cada uma das medidas que foram tomadas, neste domínio, nos últimos anos.
Obrigado, abraço
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