05 junho 2010

Diz que é uma espécie de avaliação ou... são as estatísticas, estúpido!


Pensávamos já ter visto tudo no domínio da destruição da escola pública levada a cabo nos últimos anos pelas cliques instaladas no Ministério da Educação.
A competição a que as novas gerações vão estar sujeitas e que a globalização tornou quase planetária, obrigaria os responsáveis  (se o fossem) à promoção de uma escola exigente, avaliadora do mérito e da competência, premiando o esforço, o trabalho e a dedicação dos estudantes.
A escola exigente será sempre um elemento formador de um jovem. A escola que aceita o laxismo, que desculpa e justifica a trapaça e o golpismo ... também.
Inventar agora uma forma  para que os alunos reprovados, sim - reprovados, no oitavo ano de escolaridade, caso tenham mais de quinze anos, possam autopropor-se a concluir o nono ano sem que o tenham frequentado é um daqueles momentos em que a realidade consegue ultrapassar qualquer ficção.

São evidentes as desigualdades que esta medida vem instaurar - «Aos adolescentes que completarem o 8º ano com sucesso exige-se que transitem para o 9º ano e aos alunos que não obtiveram aproveitamento curricular ao longo do ano lectivo abre-se a possibilidade de, após fazerem as provas nacionais e de equivalência de frequência, saltarem uma etapa e passarem à frente dos outros colegas. "Isso significa que os que trabalharam pior são mais beneficiados dos que os que se esforçaram na avaliação contínua"»

Assim, não vamos, de facto, a lado nenhum. Mas somos os ases das "estatísticas de sucesso".

3 comentários:

A disse...

As repercussões da política do «eduquês» também começam a fazer-se sentir no ensino superior. Já há alunos de mestrado a afirmarem a pés juntos que Nova Iorque é a capital do estado do Nevada; que ,quando convidados a estabelecer paralelo entre a história de «Avatar» e os «Native Americans», querem saber o que é isso de «Native Americans»; etc...
O lastro de conhecimento necessário para entender o mundo e raciocinar sobre ele desapareceu.

Agora é esta coisa absolutamente inacreditável de se ignorar que a maturidade do conhecimento necessita de tempo para a interiorização de conceitos e ideias, impossível de concretizar saltando etapas, já para não falar na injustiça relativamente aos alunos que se empenham e que não têm 15 anos...
Quando pensamos que é impossível fazer pior... Voilà!

Paulo disse...

Austeriana, o combate pela exigência está na primeira linha da defesa da escola pública. Há uma intenção deliberada de destruir a escola pública em cada uma das medidas que foram tomadas, neste domínio, nos últimos anos.
Obrigado, abraço

Paulo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.