Gostam de ser cumprimentadas
nas praças
e de ter o primeiro lugar
à mesa dos banquetes
são calculistas
formigas carreiristas
cheias de sucesso
e tudo usam e tudo gastam
indistintamente
porque são altas as suas entropias
e depois não sabem dar
os bons-dias às mulheres-a-dias
Adília Lopes, in Caras Baratas, Relógio D'Água, 2004
Foto: Julia Fullerton-Batten
Adília Lopes (n.1960) é poeta, cronista e tradutora. O quotidiano, principalmente o universo feminino, os velhos, os diferentes e a "anormalidade" são temáticas recorrentes na sua obra. Fá-lo duma forma original, mesmo muito pouco comum: «há sempre uma grande carga de violência, de dor, de seriedade e de santidade naquilo que escrevo» (A.L.)
2 comentários:
Grande Adília, Paulo, é das minhas preferidas.
Tens uns posts muito giros. Beijinho.
Muitíssimo bom!
Nunca me canso de a ler! Nunca.
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