12 agosto 2009

Luz


Era assim a inocência feita de luz
nas cores primeiras da nossa infância
o azul de sempre e o branco total
em todas as coisas o tempo tardava

O som do restolhar dos passos na rua
os barcos pousados na lenta manhã
uma voz anuncia vento norte
ao rez do sonho desfeito e breve

um nó de brisa escorre dos dedos
nas pedras breves na carne dos dias
na frescura das águas adormecidas

5 comentários:

clara disse...

Onde se lê "pedras breves" dverá ler-se "pedras leves", Paulo. Beijinho.

clara disse...

Outra coisa, com as minhas desculas, o quadro é da autoria de Rosa Nihues.

PAS[Ç]SOS disse...

... e há uma luz branca que perfura a vida e arrasta os barcos para o mar.
... quando quer recolher-se no cais, quantas vezes já só consegue encontrar memórias?

C. disse...

Que bonito, Clara! "as cores primeiras da nossa infância" - se elas vêm à memória de em forma tão vívida, que mais se pode querer desse tempo?
Beijinho grande

clara disse...

Obrigada, beijinhos, beijinhos.