10 agosto 2009

Visita de médico



"Chegado a casa do doente, antes de o observar, pergunte se já lá foi o confessor. Se isso não tiver ainda acontecido, faça com que tal suceda ou ele deve prometer de que isso irá acontecer. Um doente que ouve falar dessa necessidade após ser observado pelo médico vai pensar que este desesperou de o curar.
Ao entrar no quarto do doente, não se deve apresentar nem exuberante nem contido. Deve cumprimentar os que se levantam à sua chegada e sentar-se junto ao doente.
Virando-se para o doente, deve perguntar-lhe como vai, segurando-lhe delicadamente no braço. A princípio pode haver diferenças de pulsação. A do doente pode estar acelerada pela excitação da chegada do médico ou pelo susto do preço da consulta
O médico deve prometer sempre ao doente que, com a ajuda de Deus, o vai curar. À saída, o médico deve dizer à criadagem que ele está muito mal, porque, se houver recuperação, isso dar-lhe-á muito crédito e se morrer confirmarão que o médico o tinha previsto desde o início.
Entretanto, o médico é aconselhado a não demorar o olhar na esposa, na filha ou nas criadas do doente."
(Glick, Livesey, Wallis in Medieval Science, Technology and Medicine)

A Schola Medica Salernitana foi a primeira escola médica medieval.
Fundada no séc.X, teve o seu maior esplendor nos séc. XI e XII. O seu elemento mais conhecido foi Constantino Africano, que traduziu os clássicos da medicina árabe para o latim.
Nesta escola cruzaram-se os conhecimentos das escolas Grega, Árabe e de Norte de África.
Foi a Escola de Salerno que iniciou o estudo das características do pulso arterial, desenvolvido mais tarde, durante a Renascença, com o conhecimento da circulação humana.

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