21 agosto 2009

"Nunca é tarde demais para amar"



Um filme que podia ser um melodrama banal sobre um triângulo amoroso. E não é.
Num tempo de obsessivo enaltecimento da juventude, de corpos atléticos, ginasticados, magros e sem defeitos, não se esperaria que houvesse filmes mostrando todas as marcas do envelhecimento, corpos que sentem desejo de outros corpos igualmente marcados pelo desgaste.
Este é, por isso, um filme diferente.
Para mais, centrando toda a narrativa no desejo e na complexidade de opções a ultrapassar por uma mulher e um homem, donos destes corpos, para afirmarem o amor. Desta ousadia resulta um filme espantoso.
A realização de Andreas Dresen utiliza os rostos, os diálogos, a lentidão do tempo e os silêncios, numa proximidade com Bergman que resulta numa obra densa, expressiva e envolvente.
O trabalho dos 3 actores é notável, sobretudo a magnífica Ursula Werner.
Nota: O filme chama-se no original Wolke 9. A tradução não é fácil, mas, mesmo para quem não conhece bem a língua alemã, consegue, com um pequeno esforço de busca, encontrar alternativas ao nome "piegas" que lhe deram em Portugal. As expressões "Sétimo Céu" ou "Sentir-se nas Nuvens" são muito mais próximas do conteúdo do filme.

8 comentários:

mtt disse...

Quero ver. E rapidamente.
Deve ser fantástico!

AC disse...

Viver uma paixão é um sonho que nos acompanha sempre...Este filme é um relato ousado, pela originalidade do tema, frequentemente tabu e secundarizado, a não ser quando explorado pelos media com fins lucrativos.
Excelentes interpretações de actores, que apesar de não terem "corpinhos danone" perfeitos,têm uma aura de sensibilidade e intensidade no desempenho,até dos silêncios,que me deixou irremediavelmente fascinada.
A vivencia de uma realidade que todos nós gostariamos de sentir aos 60/70 anos... e venham de lá os falsos moralistas...
AC

A disse...

Obrigada pela divulgação do filme e pelo modo como o faz - o post e a imagem ternurenta leva-nos a querer vê-lo!
Não conheço, mas presumo que não está em cartaz... Quanto às questões ligadas ao corpo e à idade,enfim... o comentário de AC coincide com o que penso a este respeito. Subscrevo-o.

A disse...

Acrescento só um pormenor relativamente às questões levantadas sobre a tradução do título do filme. Raramente a tradução do título é da responsabilidade do tradutor. Geralmente, o tradutor propõe, mas vingam quase sempre as questões de marketing... publicidade... etc. e aparecem expressões mais ou menos idiotas que, muitas vezes, nada têm que ver com o que foi fornecido como hipótese de tradução.

anareis disse...

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Paulo disse...

Marteodora, fantástico acredite. É um filme que passa num circuito quase paralelo (está actualmente apenas no cinema King em Lisboa). Não terá muito "valor comercial".
AC, inteiramente de acordo. Austeriana,obrigado pelo comentário. Quanto à tradução do título, concordo consigo no que respeita à atribuição de responsabilidade. Já agora, e apenas por curiosidade, o título em inglês é uma tradução literal do alemão: Cloud 9, o que também não terá, presumo, qualquer significado...
anareis, registámos o seu apelo.

Anónimo disse...

O tema é sem duvida apaixonante...
Fiquei curiosa de ver... e depois do excelente comentário de AC, não tenho duvidas que vou gostar mesmo muito...vou igualmente ficar fascinada...
CM

Marta disse...

Não vi, ainda...