17 junho 2009

Casa


A suave mão da ausência

A casa está cheia de ti
não apenas os retratos os recantos
os quadros
não apenas os objectos onde
roça ao de leve
a suave mão da tua ausência
Mas aquela luz que trazias dentro
e deixavas de passagem
nos seres e nas coisas.

Talvez agora mores entre as estrelas.
Mas brilhas
intensamente brilhas dentro da casa.

Manuel Alegre

com o tempo nada se escreve
a não ser 
as vogais do silêncio


2 comentários:

C. disse...

...e as vogais do silêncio falarão ainda. Para podermos resistir à usura dos dias.

Bela escolha, Clara.
Xi-coração.

PAS[Ç]SOS disse...

E nas ausências perduram os aromas do que não desejámos sentir partir. Por isso elas e eles continuam a brilhar onde quer que estejam, mas também em nós.