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O Tanztheater ou Dança-Teatro, corrente artística de que Pina Bausch foi líder desde 1973, representa um salto evolutivo no seio das artes cénicas do final do século XX. Aí, dança e teatro dialogam como linguagem única, transformando, de modo indiscutível, a forma de olharmos o corpo enquanto linguagem artística.
Como diria Merleau-Ponty, o corpo é uma obra de arte e a sua linguagem é poética.
É um local de relação entre paixão e acção, entre impressão e expressão, entre percepção, movimento e emoções. Não é inteiramente um campo, não inteiramente um meio; ele oscila, pode ser descrito e pode falar.
O trabalho de Pina Bausch veio dizer-nos o que pode a fala de um corpo com arte dentro.
* Lisa Gerrard, Amergin's Invocation
2 comentários:
Só alguém que conhece o corpo pode falar assim dele...
O Merleau Ponty tem escritos muito interessantes sobre a fenomenologia da percepção e o corpo como consciência; como reflexibilidade anteriormente entendida apenas como faculdade intelectual, (etc, etc. é tão apaixonante que agora ficava nisto...! mil perdões.)
(e parabéns pelas palavras "com corpo" que a Pas[ç]sos vai deixando aqui.)
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