28 fevereiro 2009

Agustina


De Agustina, em "Fanny Owen"
...Porém havia nas margens do Douro uns nativos especiais que se alimentavam de bacalhau cozido com ovos à ceia, refeição com tradições de mesmice gastronómica. Às nove da noite, e à luz metálica dos gasómetros ou das velas em castiçais de dois braços, sentava-se à mesa o lavrador do Douro, homem no geral de génio ponderado e de trato soberbo. Tinha quatro filhas e dois rapazes, um deles morgado, entroncado e bebedor; antes dos vinte anos ficava órfão e deixava a herança nos botequins da Régua....

Posso dizer que acho a prosa de Agustina, no que diz respeito à crónica de costumes e contornos psicológicos, absolutamente saborosa e certeira. Juntamente com Camilo e o nosso Aquilino, será quem melhor conhece o nosso país, num tempo datado, é certo, mas a que voltamos sempre.

1 comentário:

Anónimo disse...

ler todo o blog, muito bom