24 fevereiro 2009

Nela


Colhe
todo o oiro do dia
na haste mais alta
da melancolia.
(E. A.)
Com enorme saudade

4 comentários:

Anónimo disse...

O nó que tenho na garganta não me devia impedir de escrever. Só de falar ou, talvez, de ver, por entre a água que me enche os olhos. Mas não sei o que escrever, nem como escrever.
Tenho tentado não pensar neste dia.
Ainda me parece tudo tão inverosímil.
Ainda a sinto muito dentro de mim.
Vocês não sabem mas ela está comigo, não partiu!
Amo-a como nunca amei ninguém, como poderia deixá-la partir?
ainda não era a hora!
Ela continua dentro de nós e vai continuar, como não podia deixar de ser.
A nossa querida Nela, o nosso apoio, a nossa amiga, a luz que nos ilumina quando estamos pior, a alegria que nos dá, a bondade, a disponibilidade, a camaradagem, a amizade, enfim, tudo o que todos que a conhecem bem sabem. Não vamos esquecer nunca, pois não?
então ela está connosco.

Um grande beijo
Guida

Anónimo disse...

Não teria reconhecido directamente a Nela se não soubesse ao que vinha, pois há décadas que a não via. Quero, porém, dar testemunho do «Bairro do Liceu» nos anos 60 quando eu, miúdo, brincava com o seu irmão mais novo, «Vari», que aqui não posso deixar de evocar também. Para mim, a Nela, a minha irmã, a Clara e outros estavam, a um tempo, distantes pela idade e próximos por uma certa integração que efectivamente existia, e que beneficiava em grande medida da amizade e respeito existentes entre os nossos pais. Sempre bem tratados pelos mais velhos, vivíamos bem, embora aqueles anos fossem opacos e de chumbo sob outros pontos de vista.
Concordo com o comentário anterior: ninguém morre porque desaparece fisicamente. Prefiro pensar que há, antes, um alargamento do espaço existencial de quem conhecemos. O núcleo da sua existência é sempre «extra-territorial», já que permanece para sempre na memória, e permanece sem caducar! Ali onde está quem amámos não está a morte. Para essas pessoas é sua toda a eternidade.
Um abraço.
Silvério

clara disse...

Sim, Silvério, eras ainda um menino ao pé de nós.
Vivíamos rodeados por boas pessoas, muito acima do vulgar-tivemos muita sorte, aquele bairro é irrepetível.
Talvez por tudo isso estamos tâo ligados, que costumamos ver-nos todos os anos.Recordo com muito carinho o teu pai, um grande senhor que teria hoje muito orgulho em ti.
Obrigada por teres colaborado nesta saudade.Um beijinho, Clara

clara disse...

Guida, obrigada por teres participado, eu sei que não é fácil, mas aqueles que amámos, nunca morrem, se forem lembrados.
É preciso coragem e aceitar este grande enigma que é a vida.
Um grande beijinho, clara