14 outubro 2009

Vertigem

A tarde vai entrando na noite quando D.Arlete Caldeira abre suavemente a janela e deixa o ar morno da rua penetrar na pele e no quarto. Debruçada no parapeito, prende o cabelo, oferecendo o pescoço húmido ao vento, deixa o olhar doce percorrer com vagar a rua detendo-se na porta envidraçada do stand. Ventura Bolhão, latejando de calor e anseio, deixa à vista a placa do "volto já" e voa sobre o chão quente, indiferente ao trânsito e ao perigo. A porta aberta do prédio recebe-o como um convite e uma promessa. O ar fresco, que agora lhe toca o rosto, não enfraquece o ardor que o puxa para cima e que cresce ainda mais quando, ao toque combinado, sente a voz rouca:
- Ventura?
(Imagem aqui )

3 comentários:

JOSÉ RIBEIRO MARTO disse...

E ....? Até aqui é um grande começo ...
Fico à espera !
_____ JRMARTO

Ana Paula Sena disse...

Bom, fiquei muito curiosa! À espera de mais...

"A ventura com Ventura" :))

Paulo disse...

Zé Marto, Ana Paula, obrigado pela vossa atenção, que, vindo de quem vem, é um estímulo muito importante. Os momentos (venturosos)de Arlete (caldeira) e Ventura - bolhão - são rabiscos de quotidiano. Vão proseguir, claro, como a vida. Bem hajam.