A tarde vai entrando na noite quando D.Arlete Caldeira abre suavemente a janela e deixa o ar morno da rua penetrar na pele e no quarto. Debruçada no parapeito, prende o cabelo, oferecendo o pescoço húmido ao vento, deixa o olhar doce percorrer com vagar a rua detendo-se na porta envidraçada do stand. Ventura Bolhão, latejando de calor e anseio, deixa à vista a placa do "volto já" e voa sobre o chão quente, indiferente ao trânsito e ao perigo. A porta aberta do prédio recebe-o como um convite e uma promessa. O ar fresco, que agora lhe toca o rosto, não enfraquece o ardor que o puxa para cima e que cresce ainda mais quando, ao toque combinado, sente a voz rouca:
- Ventura?
(Imagem aqui )
3 comentários:
E ....? Até aqui é um grande começo ...
Fico à espera !
_____ JRMARTO
Bom, fiquei muito curiosa! À espera de mais...
"A ventura com Ventura" :))
Zé Marto, Ana Paula, obrigado pela vossa atenção, que, vindo de quem vem, é um estímulo muito importante. Os momentos (venturosos)de Arlete (caldeira) e Ventura - bolhão - são rabiscos de quotidiano. Vão proseguir, claro, como a vida. Bem hajam.
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