02 julho 2009

O hipergato na Torre de Blablabel


Foi o ingato, na suprarealidade um prégato e, em hiperrigor, um subgato.
O que sei é que a hiperdoideira trazida pela superpresença deste interfelino levou a que no meu pós olhar surgissem sobrenuvens que, num misto de interpaixão e prófúria, trouxeram à minha omnimemória multirecordações de um sobretempo há muito esquecido.
Era, na triverdade que as excoisas têm, um supratempo, no omnifundo, uma intemporalidade que fizera com que eu, exAlbertino, prolanterna de hiperfogo, possuidor duma pentagordura que não era hiperformosura, me tivesse subitamente tornado numa subchávena, algo entre uma pentafreira e um pós padre.
Isto dizia-me o meu tricapanga, dono do vicecão e tetramaestro da intermáfia: isto será sempre assim enquanto andares animado em torno de recomputadores que contêm hipersegredos, mantidos em proesconderijos onde proliferam infraalfazemas, o que impede a superreal proliferação.

Pintura: Fred Einaudi

A troca de opiniões que se deu a propósito do Post da Clara "Felicidade" (vide Comentários), fez-me procurar num velho baú este schizotexto, algures entre Wolfson, Deleuze e a Praça Camões. Aqui fica.

7 comentários:

clara disse...

E este é um texto pos-moderno!
Muito giro, nunca li nada assim.
Ó gente, vá filosofem agora, ah,ah, quero ver.

C. disse...

Eu vô mátá voceis doiz. Qui trábalhêra, minínuis!

Temos então agora um quasi-caos linguístico que surge e se insurge, quiçá, porque as noções públicas da linguagem estão desacreditadas e todas as realidades se tornam ficções subjectivas...
Hummm.... nas metáforas estão cifradas as vivências desse conflito e da experiência da crise que gerou a nossa condição moderna.
Hummm... com expressões tangentes à abstração, buscando subverter os impulsos quer realistas quer românticos da literatura.
É, portanto um texto que explora uma elevada consciência estética e não-figurativa, claro.
Hummm... que substitui a representação realista por um estilo, uma Τεχνική e uma forma espacial.
Ufa...!

Eheheheheheh! Está absolutamente FANTÁSTICO de tão criativo, Paulo!

(A Gertrude Stein se fosse viva ainda havia de reclamar para ela a influência sobre o texto.:))

clara disse...

E o intertexto do texto reflecte a estrutura assimétrica do ser que, não sendo, se mostra improvável refúgio da tese que é antítese e paradoxo, numa postura reflexiva, provável, transfigurativa, recorrendo, amiúde a processos disseminados, pantalinguísticos, e, sobretudo, recriativos,
Ah, Ah, e ainda, o autor revela uma postura cosmopolita, de lucidez brilhante na sua opacidade e transversal, numa estética desestruturante de real-irreal.

C. disse...

Clara:
rendo-me à evidência da tua gaiaciênciaescritaapologísticoencomiástica de hoje.

Não queres agora ir antes brincar ao 31 marcado?
Cansei de jogar às cidades, frutos, terras e animais... eheheheheh

C. disse...

Gosto mais quando os anónimos têm blogs com perfil. Ainda que anónimo :-). Ou email.

JOSÉ RIBEIRO MARTO disse...

Tão oulipiano »vulgo» macarrónico , que li reli e tresli , a ver se caçava qualquer cosinha ... do texto e dos comentários, é claro ...
O comando da escrita está nas tuas mãos.... Paulo... chama-se isto desenferrujar a lingua... Experimenta aí agora o texto em tom épico !
abraço
____ zé

Paulo disse...

Clara, C. Obrigado pela intervenção crítica... sempre perturbada por uma grande e natural bondade dos vossos corações.
Vaandando, este desenferrujar da língua não passa de um exercício feito na escolinha que frequento. Foi proposta pela professora a elaboração de uma redacção utilizando prefixos com ampla liberdade. Só isto.
Como achei que se aproximava da questão da escrita schizo, postei, com trihipersupravontade de provocar um subriso ou, pelo menos, um pentaesgar nos vicerostos, sobretudo nos prolábios dos superleitores que por aqui vão passando.
Hiperabraços e pentaagradecimentos