Sou a ausência. Quando pela manhã ela sai, a caminho do pântano, faço o que sempre fiz. Não importa o que visto. Desloco-me, simplesmente. Sou apenas os meus passos, sou aquele que anda. Levo, entre os dentes, o fino caule fumegante que escondi entre as fendas do muro, atrás do quintal. No bolso esquerdo, repousa a minha flauta e o esboço de um ninho para os cisnes da orfandade.
José Agostinho Batista, in O Pai, A Mãe e o Silêncio dos Irmãos (Assírio e Alvim,2009)
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