No vale do Omo, Etiópia, a 800 Kms de Adis Abeba, perto da fronteira com o Quénia, existe um dos locais mais selvagens do continente africano. Aí se encontram várias tribos - Surma, Mursi, Hamer e outras - em que homens, mulheres, crianças e velhos são verdadeiros génios na arte da decoração corporal. Durante seis anos, Hans Sylvester fotografou alguns desses extraordinários corpos–telas com cerca de dois metros de altura.
A força da sua arte está em três palavras: dedos, rapidez e liberdade. Desenham com as mãos espalmadas, a ponta das unhas, por vezes com um pedaço de madeira, uma cana, um caule partido. São gestos ágeis, rápidos, espontâneos, para além da infância, nesse movimento essencial que os grandes mestres contemporâneos procuram quando, depois de muito saberem, tentam esquecer tudo o que aprenderam. Pintam(-se) apenas pelo desejo de se decorarem, de seduzirem, de serem belos, em jogo e prazer permanentes.
(de uma recensão ao livro Les Peuples de l’Omo, tradução do marcas.)
05 março 2009
A sedução da cor
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