Joana, Princesa de Portugal, filha de D.AfonsoV e de D.Isabel, nasceu em Lisboa a 6 de fevereiro de 1452 e morreu em Aveiro a 12 de Maio de 1490.
Perdeu a mãe com apenas quatro anos.
Como seu pai estava ausente na Tomada de Arzila e Tânger, foi regente do Reino, com uma corte organizada e todos os poderes reais conferidos.
Em 1471, voltando D. Afonso e D. João, seu filho, das referidas batalhas, foi destituída de Regente e retirada da Corte. Para isso, poderá ter contribuído o poder que então já detinha e que não agradou ao monarca, bem como o episódio passado com D. Duarte de Sousa, fidalgo que frequentaria os aposentos da princesa e que, numa fuga precipitada do palácio, terá perdido um sapato identificador. Seria condenado à morte e degolado.
Foi então D. Joana internada no Convento de Odivelas e, seguidamente, no Convento de Aveiro.
Sendo bastante religiosa, lutaria toda a vida por receber o hábito de freira, nunca consentido, por lhe terem sido destinados vários casamentos régios, que sempre recusou.
O povo de Aveiro dignificou-a como santa, por actos de caridade e alegados milagres.
Foi senhora da vila de Aveiro e seus limites, de todas as rendas, direitos reais, dízimos do pescado com a sisa e imposição do sal.
D. Jorge de Lencastre, filho bastardo de seu irmão D.João II, foi por ela educado como filho no Convento.
Canonizada em 1693 pelo Papa Inocêncio XII, tornar-se-ía padroeira de Aveiro e venerada pelas suas gentes.
O dia 12 de Maio, data da sua morte, em que terão caído flores do céu, é o dia da cidade.
Para mim será sempre uma princesa misteriosa.
7 comentários:
... misteriosa e arrojada ao que parece!
________ JRMARTO
Tentei fazer uma síntese de tudo o que li sobre o assunto.
Há a história de D. Duarte de Menezes e há a versão de que a princesa teria sempre renunciado à vida comum para se dedicar à sua fé, passando por todos os suplícos, silícios e jejuns.
Para mim é um mistério.
Devo referir que foi beatificada pelo papa Inocêncio XII e nãocanonizada, como, por lapso escrevi. A santificação tem origem popular.
É interessante o seu papel político. A ida para Aveiro foi uma espécie de "golpe de estado", não?
Sim, ela formou em Aveiro uma espécie de corte.No final da vida libertou as escravas que tinha.
Mas é tudo muito nebuloso, há poucas fontes e leituras simplistas que acentuam a sua renúncia e santidade.
Naquela altura os Lencastres e os Bragança odiavam-se.
Ela apoiou sempre o irmão, D.João II, mas nunca lhe fez a vontade de casar com um monarca europeu.
O filho de D.joao, que ela educou, seria o sucessor no trono, mas os Bragança não deixaram.
Mas nada disto fecha o caso, haverá muita coisa sobre ela desconhecida.
Morreu com 36 anos.
Gostei de ficar a saber mais sobre Santa Joana Princesa.
Eu também gostaria de saber mais, Marta, mas além de Rui de Pina, de um livro de uma freira da época, os relatos actuais retomam estes escritores e pouco acrescentam.
De facto, devia ser difícil penetrar nos segredos dos conventos.
Apenas se pode efabular, analisar documentos paralelos, mas na alma da princesa não.
Deve ter sofrido muito, morreu muito nova, dizem uns que de peste, dizem outros que dos jejuns e auto-flagelações.Não sabemos.
Mas a verdade é que deixou um testemunho de determinação.
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