14 novembro 2009

Os livros são objectos transcendentes

Tenham um óptimo sábado, ao som desta chuvinha intermitente que convida ao sofá e à preguiça. E, já que temos falado em livros, tomem um por companhia. É que as notícias dos semanários não devem trazer novidade alguma... E os livros sempre são "modos de fazer mundos", como dizia o Goodman.


(...)
Mas os livros que em nossa vida entraram
São como a radiação de um corpo negro
Apontando pra a expansão do Universo
Porque a frase, o conceito, o enredo, o verso
(E, sem dúvida, sobretudo o verso)
É o que pode lançar mundos no mundo.
(...)

Tropeçavas nos astros desastrada
Sem saber que a ventura e a desventura
Dessa estrada que vai do nada ao nada
São livros e o luar contra a cultura.

Os livros são objetos transcendentes
Mas podemos amá-los do amor táctil
Que votamos aos maços de cigarro
Domá-los, cultivá-los em aquários,
Em estantes, gaiolas, em fogueiras
Ou lançá-los pra fora das janelas .
(Talvez isso nos livre de lançarmo-nos)
Ou ­ o que é muito pior ­ por odiarmo-los
Podemos simplesmente escrever um
(...)

Vale a pena ler aqui uma concisa mas enriquecedora abordagem ao álbum "Livro", de 1998.

2 comentários:

clara disse...

Coisa linda,linda,linda.
Puxa vida,Caetano,você é mesmo genial!

C. disse...

Conheci o álbum "Livro" só em 2000 e achei-o fantástico. As faixas são "diálogos" com trabalhos de outros músicos e mistura tradição com ritmos inovadores. Parece que o título se refere ao livro "Verdade Tropical", que ele escrevia entretanto.

Ainda bem que gostaste. Não percas as outras faixas. Cada uma melhor que a outra.
Beijinho