
Assim pensou Richard Burton quando viu pela primeira vez Elizabeth Taylor, tinha ela 19 anos.
Porque é que um homem entra num salão cheio de mulheres atraentes, fala com várias que acha encantadoras e de repente fica pelo beicinho por uma delas? Porque é que uma mulher com muitos pretendentes vê um homem durante breves momentos e o seu cérebro incendeia-se de paixão amorosa? Porque é que alguém incendeia esses circuitos cerebrais primitivos, enquanto outro ser humano perfeitamente adorável nos deixa totalmente indiferentes? Porquê "ele"? Porquê "ela"?
Helen Fisher é uma das mais reputadas Antropólogas dos EUA. Trabalha de forma muito aprofundada sobre o que pode ser chamado de "expressão e química do amor".
O seu livro Porque Amamos (Relógio d'Água. 2008) constitui um trabalho "provocador, esclarecedor e estimulante" de acordo com alguns críticos.
Ele resulta de um estudo pioneiro feito ao longo de 6 anos, perscutando,com técnicas de imagem avançadas,os cérebros de pessoas apaixonadas, com correspondência e rejeição.
Os resultados trouxeram descobertas interessantes e desafiadoras sobre a atracção romântica, a paixão, a conquista de um parceiro específico e o sofrimento martirizante da rejeição.
9 comentários:
Paulo: parabéns!
adorava ter sido eu a escrever este post!
Tanto. Tudo íssimo!
Nem imagina quanto!
desta vez, não é a marta que assina mas uma eterna candidata a antropóloga que sai daqui com um sorriso imenso!
nota de rodapé: bem que podia ter, também, posto antropologia na etiqueta :) :) :)...afinal, é o melhor curso do mundo! Não dá emprego "a ninguém", mas é o melhor curso do mundo!
obrigada!
Paulo:
Acho que a beleza é anti-democrática!
Felizmente, hoje há maior acesso a técnicas para superar defeitos.
Sobre as causas da sedução, se calhar tem a ver com tantas coisas que será difícil:
cheiros, hormonas,código genético,"vidas passadas", situação de poder,e...conta bancária!
E no caso, Clara, coloque anti-democrático nisso! é quase irreal! Como eu entendo a reacção de Richard Burton :)
Seduzam e deixem-se seduzir, "ô gentgi", que mesmo que ela /ele ainda tenha ao canto do olho a remela com que dormiu, por certo um passarinho cantará ao vosso ouvido. O que intriga realmente é como é que depois de tanta sedução e encanto deixamos voar tudo num apito - e o belissimo sinal se transforma em verruga. É que para a sedução do encontro todas as teorias são válidas...
Marta, Clara, C. : Diz a Antropologa (H. Fisher por supuesto) que "os homens procuram objectos sexuais e as mulheres objectos de sucesso. As mulheres também são atraídas por homens altos, talvez porque os muito altos têm mais hipóteses de adquirir prestígio nos negócios e na política e proporcionam mais defesa pessoal..."
Qual sedução!... está tudo nos genes e predestinado:)
E é por isso que eu digo repetidamente à mulher que amo, " não sei o que viste em mim...":):):)
Se é antropóloga e mulher [a dizer], eu acredito, Paulo :) tb gostei de ler o livro; mas o Paulo ganhou-me na postagem! :)
C. e... aquele «belíssimo sinal se transforma em verruga», também me deixou a pensar! ;)
Este blog é de uma lucidez estonteante!
Obrigada :)
Três pérolas na obra desta senhora:
1ª: a reabilitação (de uma forma, digamos, científica) da concepção do amor romântico através de uma teoria que deixa à dopamina a responsabilidade do jogo da sedução (que uma boa dose de mistério pode potenciar, claro!!!!!); É a hora, ó românticos da terra pátria!
2ª o cérebro feminino apresenta um “corpus calossum” maior do que o dos homens, na parte posterior. O que faz com que haja melhores conexões entre os dois hemisférios cerebrais; o que faz tb com que sejam elas quem melhor responde a uma exigência cada vez maior de um certo “pensamento em rede”, imprescindível em áreas “tão sérias para o bom andamento do mundo”, como a economia, os negócios, a chefia e a liderança.
3ª a necessidade de encontrar uma abordagem (e soluções) de “carácter holístico” para vivermos de acordo com o mundo cada vez mais complexo e global em que nos movemos, em que interagimos.
(Bom, o líder será sempre um homem, diz. São mais focados, bons para chefias.)
Há-de haver quem venha pegar nesta questão com seriedade, bolas!
Paulo: não sei se é o caso, mas se a sua pergunta é recorrente mesmo, o melhor será voltar a vestir a tal camisa daquele dia, passar a mão pelos cabelos com o tal jeitinho ou brincar de novo com o tal livro que não está a ler mas faz de conta, enquanto se transforma num homem de sucesso às seis da tarde.:-)
Bolas! Isto está a ficar sério!
O que eu acho. antigamente, a mulher procurava o melhor reprodutor, hoje procura o homem de sucesso.
È o social a superar o animal
Será?
Adorei o post (sugestão da Marta) e ainda mais os comentários. Gosto da parte da pesquisa da Helen Fisher que se refere ao amor romântico
"Há uma constelação de características que me fizeram perceber que o 'amor romântico' não é uma emoção, são várias. Quando olhei as partes do cérebro que estão envolvidas, me ocorreu que o "amor romântico" é um motor para encontrar um amor específico. O "amor romântico" acontece para que você concentre sua energia em uma única pessoa por vez".
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